Perguntas engasgadas extraviadas rumo ao tempo
encontradas por acaso num vazio que leva a nada
Perguntas sem respostas que não foram libertadas
estrada de mão única sem fim, sem retorno
Respostas proibidas, personagens ausentes
Respostas sem direito, personagem secundário
Por que perguntar o que não vai acrescentar
pra que saber o que já sabe machucar
Não querer perguntar, privacidade e proteção
como é forte o vazio de não saber
não conhecer, o que faz parte
Vida proibida pela própria vida, que ironia
vida permitida por alguém, simplesmente pra viver
Viver o que se quer, viver o que se sente,
espontâneo e tão intenso
Momentos podados, sentimentos fatiados
Servidos ao acaso, vividos aos pedaços
Que importa o quanto custe, que importa não saber
vale o tempo e o momento, vale o completo
vazio intenso
Emoção sem palavras, sentimentos sem palavras
perguntas e respostas, palavras soltas, sem sentido
Cada momento é importante tão somente por existir
fazer de cada gesto o prazer de acontecer